O Zé devia ter vergonha

Ontem, na SIC Notícias, foi anunciada uma entrevista sobre as cheias em Lisboa com o coordenador do Grupo de Projeto para a Jornada Mundial da Juventude 2023, José Sá Fernandes, que em Lisboa sempre quis que o chamássemos apenas por Zé.

Inicialmente julgou-se que, vestido dessa responsabilidade, viria falar de algum problema que as cheias teriam causado à organização do evento.

Porém, rapidamente fomos assaltados com acusações bombásticas e ataques à gestão do Presidente de Câmara relativamente ao trágico fenómeno atmosférico extremo que assolou a cidade na noite de dia 7.

O problema destas declarações, é que para além de falsas, como o próprio Presidente da Câmara se viu forçado a ter que desmentir, na mesma estação de televisão, deviam fazer corar de vergonha aquele que é um dos principais responsáveis por ainda sofrermos com estas cheias.

Desde logo, quanto à impermeabilização de solos, é bom recordar o Zé que ele deixou cair a luta do Vereador Nunes da Silva contra a política de impermeabilização dos solos levada a cabo por Manuel Salgado.

Porque é que, quando foi Vereador, não lutou contra a impermeabilização dos solos?
Porque é que não exigiu a demissão de Salgado, em vez de permitir a demissão de Nunes da Silva?

Aquele que se intitulava vereador do Ambiente, mas que não foi competente para cumprir as suas próprias promessas de 2015. Sim, em 2015 prometeram que o Plano Geral de Drenagem de Lisboa (PGDL) estaria funcional em 2019 e como infelizmente todos sabemos, só com Carlos Moedas, em 2023, é que as obras vão começar.

Se o Zé tivesse sido competente, as inundações em Lisboa seriam uma imagem do passado.
Por isso o Zé devia ter vergonha e não vir, em pleno momento em que Lisboa se recompunha do resultado da sua incompetência, criticar o que, na realidade, ainda é resultado do que não foi capaz de fazer.

O mesmo Zé que empenhou cerca de 1,3 milhões de euros do dinheiro dos contribuintes para a reabertura ao público do aquaparque do restelo, abertura essa que anunciou para outubro de 2019… mais outra promessa que não foi competente para cumprir.

Por isso o Zé devia ter vergonha dos 1,3 milhões de euros que nunca explicou, já que inicialmente foram só estimados setecentos e cinquenta mil euros.

Termino com um apelo ao Zé: os contribuintes portugueses pagam-lhe para se focar nas jornadas mundiais da Juventude, por isso foque-se para que, pelo menos este evento, aconteça na data prevista, e não seja como a promessa da abertura do aquaparque ou da entrada em funcionamento do PGDL.

09.12.2022 – Luís Newton – Presidente do PSD Lisboa